Com violão em punho, Pablo Lavinski, 19 anos, tocava e cantava hardcore na quinta-feira à noite na praça Saturnino de Brito. Sua cantoria não visava afrontar o luto alheio. Pelo contrário: entoava a voz para tentar despistar sua própria dor. O músico e fotógrafo perdeu 26 amigos na boate Kiss. Estava lá. Viu o horror. Sentiu o horror. Mas cansou de tratar a tristeza com lágrimas e comprimidos para dormir. Resolveu acordar a vida depois de uma semana encerrado em casa.
_ Chega. Chega. É hora de retomar a rotina _ decide.